quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Imiscível

Hoje sou de mim o pó, o resto
Sombra projetada sem pretensão
Preterida pela luz em manifesto,
Atestado pelo olhar da solidão

Sou só um cão, pulguento e aleijado
Ladrando à noite pelos becos
Fugindo das sombras ao meu lado,
Dos sons da vida só ouço ecos

Hoje sou apenas um sem-rosto
Réstia de sorrisos molestados,
Cinismo encharcado de desgosto
Da vida restam-me os espasmos

Sou só aquele que sangra invisível
O grito que é melhor emudecer
Represento a podridão imiscível
Aquilo que se quer esquecer

Mateus Medina
03/10/2012

2 comentários:

  1. E o poeta maldito ataca novamente... rs Vc escreve numa taverna com um copo de cerveja na mão? rsrsrs

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    1. Houve um tempo que sim, Pri. Quando eu era jovem... rsrsrrs

      Hoje o "quadro" é mais ou menos assim: Escrevo em frente ao portátil, enquanto tomo meu Nescau quentinho com bolacha maria...

      #Decadente

      hahaha

      bjos

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