sexta-feira, 29 de julho de 2011

Nem razão, nem perdão




O sol brilha e aquece
E de repente, desvanece
Vem a chuva e a neblina
Que cai feroz, “desilumina”

Não há razão ou perdão,
Nem aquela mão estendida
Pelo sim ou pelo não,
Na dúvida, salva-se a vida

Mas é que a vida sem amor
É estar de pé, indiferente,
Sem o prazer ou a dor
Daquele que ama e sente

Como que anestesiado,
Vive-se, sem de fato viver
Num desespero inconformado,
Ama-se, para não morrer

Mateus Medina
29/07/2011

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Judas, porque isso?



Pois é, esse post é da série "forever alone", eu sei... mas mesmo assim, vou escreve-lo.

Das poucas pessoas que lêem esse blog, 99% não vão até o fim do post, só o camarada Alexandre poderia salvar esse post do "forever alone", mas ele tem andado sumido, então...

Ora bem, ontem estive no Pavilhão Atlântico para presenciar a despedida daquela que considero a segunda banda mais importante de Heavy Metal, o Judas Priest (em primeiro lugar, claro está, o Black Sabbath).

Conforme anunciaram, os Judas Priest estão fazendo a tour "Epitaph Tour", que será a última (mundial) da banda.

Eu comprei o ingresso para esse show em Março, porque previ um Pavilhão lotado, sem espaço nem para se mexer. Isso infelizmente não aconteceu, e é o único ponto negativo a apontar na noite de ontem, o Judas merecia MUITO mais público, naquela que será provavelmente a última apresentação da banda em Portugal...

Quem abriu para o judas foi Queenrÿche. Se apresentou durante 40 minutos, fez um som competente e agradável. Apesar de eu não ser grande fã da banda, foi uma boa abertura.

Quando o Judas subiu ao palco, por volta das 21:30, era possível notar a alegria, já misturada com a saudade, no rosto das pessoas.

O "engraçado" é que era possível ver de tudo, gente com mais 60 anos, pessoal na casa dos 40, jovens de 15, 16 anos, e eu vi até um grupo que reunia 3 gerações (ou assim me pareceu): Avô, Pai e filho juntos, cada um com a sua camisa do Judas, mostrando bem que metal não tem idade...

O show foi magnífico, se bem que o adjetivo aqui, não faz verdadeiramente jus ao que foram aquelas 2:15 minutos, do mais puro, enérgico e verdadeiro Heavy Metal.

Para entrar "de sola", nada melhor do que "Rapid Fire", seguida de "Metal Gods", e a partir daí um desfile por TODOS os álbuns do Judas, com Halford.



Durante todo o tempo o público cantou junto, mas o ponto alto foi em "Breaking the Law", quando APENAS quem cantou foi o público.

Não é qualquer banda por aí, que faça música não-comercial (principalmente metal), em que o vocalista possa simplesmente abdicar do microfone, deixando ao público a incumbência de berrar todas as estrofes de uma canção... "Branking the Law" foi o momento em que eu vi mais gente enxugar as lágrimas. Alguns faziam de maneira disfarçada como eu, outros não se importaram muito em deixar que rolasse o pranto da despedida do "Metal God" e seus companheiros, que mudaram a história do Heavy Metal e da música.

Para "piorar" as coisas, a seguir a "Breaking the Law", vem "Painkiller", onde o refrão foi bradado a muitas vozes - mas claro, nenhuma delas tão "estridente" como a do Halford.

A banda esteve impecável, inclusive o "moço" que substituiu o K.K., quando esse resolveu - estranhamente - não fazer parte da tour de despedida...

Richard Faulkner esteve muito bem no seu papel. Não comprometeu, e pelo contrário, interagiu muito com o público e mostrou que técnica e feeling não faltam para "tapar o burado" deixado pelo K.K.

Halford como sempre, é um show à parte. Impressiona como com quase 60 anos, ele consegue manter a voz que o consagrou, com muita justiça, como o "Metal God".



Impecável - é pena o som do Pavilhão não ter sido também -, não faltou gás em nenhum momento, mesmo depois de mais de 2 horas de espetáculo, saí de lá com a sensação que o Halford poderia repetir a dose sem descanso...

Depois de três "indas e vindas", a banda se despediu mesmo, com "Living After Midnight", cantada por todos, que simplesmente não queriam acreditar que afinal, é fim de carreira para o Judas... Por que isso, Judas?

Confesso que o meu setlist perfeito para essa despedida, incluiria "Last Rose of the Summer" e "Leather Rebel", mas é claro, se todo mundo fosse palpitar no setlist, O Judas Priest nunca mais deixaria os palcos, como seria o sonho de todos nós, que curtimos o bom e velho Heavy Metal...

O Judas se despede assim, cumprindo perfeitamente o seu papel, e o melhor, não sai de cena como uma banda decadente. Sai por cima, com muita energia e competência, e deixando a sua marca na história da música.

Adeus Judas!!!!

quarta-feira, 27 de julho de 2011

50 Perguntas que Libertam a Mente: Resposta nº15

15. Há algo que você sabe que faz diferente das outras pessoas? O que é?

Eu entendo que a pergunta que dizer "diferente da maioria das pessoas", porque diferente de TODAS as pessoas, não acho possível...

Bem, que eu me lembre, não há nada digno de nota, nada de "curioso" que eu faça diferente da maioria das pessoas (se eu me lembrar, edito o post depois...)


Talvez eu tenha uma "lógica" diferente da maioria da pessoas, uma lógica própria, mas isso seria deveras complicado de explicar...

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Detritos

("Storm at Sea", de Willem van de Velde the Younger)



É com pesar que me prostro
No ócio da dor infinita
Sem dar conta do que gosto
Maldigo a tristeza bendita

Observo, com olhos impassíveis,
O caminho em que me deixo arrastar
Planejando ações impossíveis
Inativo, me permito navegar

Com a maré que me empurra detritos,
Sigo; olhos cerrados, surdo
Sem ligar ao que me chega aos ouvidos

Não faço ideia de onde irei parar
Ou se a meio do caminho, perecerei
Para não ver o fim que chegará

Mateus Medina
25/07/2011

segunda-feira, 18 de julho de 2011

50 Perguntas que Libertam a Mente: Resposta nº14

14. Você já viu loucura onde depois viu criatividade?

Muitas vezes.

Principalmente se relacionada a arte, a loucura e a criatividade andam de mãos dadas.


Algumas vezes é até difícil observar a linha que as separa. Outras vezes, nem mesmo há qualquer linha a separa-las...


Exemplos?


Dostoiévski, Kafka, Nietzsche... O time é grande.


"Então, e Raul Seixas?"


Nesse eu vi a criatividade antes da loucura, portanto, o processo foi inverso (talvez pela identificação da minha loucura com a dele, eu não tenha entendido como loucura rsrsrs)

sexta-feira, 15 de julho de 2011

100 Fatos sobre mim (21 a 30)

21 - Sou hiperativo (Algumas pessoas vão rir dessa, mas é verdade)

22 - Odeio ir ao médico

23 - Odeio tomar remédio

24 - Assim que acordo, não gosto de conversar

25 - Me irrita ver gente falar/escrever errado

26 - Se eu tiver intimidade com a pessoa, eu corrigo

27 - Quando me corrigem, eu fico danado da vida (comigo mesmo rsrsrsrs)

28 - Eu guardo "coisas" (não materiais) pra mim, por muito tempo

29 - Se eu tiver um filho, o seu nome já está escolhido desde os meus 15 anos

30 - Adoro ler

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Distância



A separar aquilo que restou
Gastei demasiado tempo,
Contemplando o que um dia brilhou
Entre lágrimas, colhidas pelo vento

Outrora foi de suma importância
Ter tudo aquilo junto a mim
Tendo o espírito a distância
Não enxerguei o anunciado fim

Se presente estive todo o tempo
Como pude olvidar os sinais,
Não sentir o cheiro da morte?

Posto que um sentimento é vivo
Está exposto ao que o cerca
E a todo tipo de "sorte".

Mateus Medina
13/07/2011

terça-feira, 12 de julho de 2011

50 Perguntas que Libertam a Mente: Resposta nº13

13. Você passaria por cima de uma lei para salvar uma pessoa amada?

Essa pergunta é meio "bicuda".


Logo de cara, fico sem saber do que se trata a palavra salvar. Salvar a vida de uma pessoa? Salva-la de ser punida por um erro?


Bom, como não está muito clara a pergunta (para mim, pelo menos), vou assumir que seja salvar a VIDA de uma pessoa amada. Para isso, eu passaria por cima de todas as leis.


Sem contar com o fato de que há MUITAS leis completamente absurdas por esse mundo...

Sonhos improváveis




Aquilo que eu preciso é complexo,
Possivelmente nem existe de verdade
E além de egoísta, é sem nexo
Habita a fantasia, vive na irrealidade

O que desejo não é uma coisa
Também não são duas, nem três
É um conjunto de coisas improváveis
Que só acontece de quando em vez

Na improbabilidade, meu sonho descansa
Ignorando que a vida é fatal
Como se eu fosse ainda uma criança,
Com a leveza de uma brisa matinal

Conveniente, esquece que o tempo urge
E nos cobra o desperdício; sem piedade
Paralisado, olhando aquilo surge
Fica o meu sonho, sem aceitar a verdade.

Mateus Medina
12/07/2011

terça-feira, 5 de julho de 2011

Sem opção

"Fuga", de Wassily Kandinsky



Há um desejo dentro de mim
Que clama pelo silêncio
Busca a escuridão sem fim
O “não-pensar”, enquanto penso

As imagens que se formam abstratas
Aparecem contra a minha vontade
De tudo o que não se escapa
O mais temível é a verdade

Mesmo escondido no breu,
No mais recôndito canto
Estremece e salta o coração

Mostra-me aquilo que é meu
Sem direito a protesto, entretanto
Não me resta grande opção.

Mateus Medina
05/06/2011