terça-feira, 25 de novembro de 2014

O paradoxo da obra-prima

 Dora Maar au Chat (Pablo Pacasso)


 Quero imortalizar-te nos meus versos,
Petulante poeta que me digo
Em verdade, apenas réu confesso
Culpado do desejo mais antigo

Finjo, sem que a culpa me atormente
Traduzir tua beleza em pobres rimas
Num ato de egoísmo inconsequente
O poeta persegue a obra-prima

 Rendo-me a impossibilidade
De espelhar em parvos poemas
O que és por inteiro; a verdade
Ante a beleza, a letra é pequena

Mateus Medina
24/11/2014

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Não há vida sem poesia

 

A poesia é maior do que a vida,
Maior que tu e eu, minha querida
Porque a vida um dia acaba, acredite
Mas esse mundo sem poesia, não se admite

Deixe que a vida se esvaia - quando for a hora
Ninguém pode deter a mão que esmaga
A inconfundível luz do sol na aurora
Ninguém impede que a poesia traga

Enquanto a vida durar que se semeie
Todo riso, todo amor, toda magia
Porque a vida está sempre por um triz
E quando acaba vira poesia

Mateus Medina
12/11/2014





terça-feira, 4 de novembro de 2014

Lutar pela curiosidade



Tens que lutar, meu amigo. Lutar.
Há um monstro em cada esquina, eu sei
Tens pouco com o que te defender?
É o que há,
Ser criativo.
Lutar.

Diariamente, meu amigo, é assim
É violento e injusto? Não sei.
Tudo o que sei é que a estrada
Não te leva onde queres chegar
A estrada é um meio, mais nada
Tens que lutar, meu amigo
Correr

O que é que há no fim do caminho?
Ora, fazes tão boa pergunta
A resposta desconheço, amigo
O que sei é que se não deres luta
O que hoje sabes é tudo que saberás
Tens que lutar, meu amigo. Lutar.
Apenas por curiosidade. 

Mateus Medina
30/10/2014