terça-feira, 12 de abril de 2011

O Vento


Quando arrisco apanhar o vento,
Acabo por curvar-me, sou lento
E no entanto, ele ri-se do meu pranto
Meus olhos esbugalhados, ficam num canto

As palavras que ele me traz, são belas
Mas, para onde olho, vejo a dor
Pregada, eternizada numa tela

O que traz-me daí, oh vento cruel?
Se não me deixas tocar-te
Estou sempre a imaginar
Qual é o gosto do céu

É azul, isso eu vejo
Mas, de cores estou farto,
Estou farto do sobejo

Quero na boca o doce gosto,
De tudo aquilo que mereço
E não mais estou disposto
A tornar-me um adereço

Leva-me já ao céu, quero esse gosto
Ou cortaremos para sempre relação,
E nunca mais tocarás meu rosto

Mateus Medina
12/04/2011

4 comentários:

  1. Este diálogo com o vento parece-me muito justo.

    O ver e o tocar; o tocar e o ver... Complementam-se. Tocar ajuda a ver melhor.

    L.B.

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  2. Olá Lidia,

    Que bom que gostou, obrigado pela visita.

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  3. Matheus, achei seu blog através do blog da Pri, que frequento em comum com vc. Adorei seu comentario no ultimo post dela, sobre a escola do realengo.(até comentei isso lá agora há pouco mas não deu tempo da Pri aprovar)... enfim, convido vc a conhecer meu blog e a sermos amigos( se quiser, claro);)) abraço

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  4. Será um prazer, Maria Valéria =)

    [indo lá]

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