quinta-feira, 14 de abril de 2011

Ao Apagar das Luzes



Quando as luzes se apagam,
Eu não me movo. Nem os olhos
Não há nada a fazer
Respirar, pode ser o fim
Um trágico fim, que vem na escuridão
Gotas de sangue respingam do teto,
Caem em cima do meus lábios,
Têm gosto metálico, cheiro de flor
Vultos movem-se tão rapidamente,
Que sinto o vento no meu rosto
E com enorme desgosto, lamento,
Não ter corrido a tempo
Paralisado pelo medo,
Com uma mala cheia de segredos,
Protegi-a, com o meu próprio corpo
Tive que escolher, e escolhi
Agora, é toda noite assim,
Quando as luzes se apagam,
Abro a boca, e espero o sangue cair
Já não o tenho nas veias,
Preciso bebe-lo, sentir o seu cheiro
É a única forma de me sentir humano.

Mateus Medina
12/04/2011

2 comentários:

  1. Cortante, este modo de aprisionar segredos.
    Da dureza das imagens sugeridas realço o dialogismo de causa e efeito assumido pelo poeta como um vaticínio, algo de irremediável.

    A noite para uns colo/mãe; para outros só escuridão e nada.

    Um beijo

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  2. Oi cara estranho, o seu blog esta muito bom, vou te seguir, me siga também. valw...

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