segunda-feira, 11 de abril de 2011

50 Perguntas que Libertam a Mente: Resposta nº2

2. O que é pior, fracassar ou nunca tentar?

Eu tenho imensa dificuldade com o fracasso. Muitas vezes eu não tento, justamente para não passar pelo amargo do fracasso.

Isso pode ser um defeito ou uma qualidade, dependendo do ângulo que se observa. Faço já um "mea culpa", assumindo que geralmente tem funcionado como um defeito na minha vida, mas, nem sempre.

Eu não gosto de dar "tiros no escuro", de "tentar por tentar", justamente pela minha dificuldade em aceitar o fracasso. Isso pode me fazer parecer, aos olhos de quem me lê, como uma pessoa "fechada" a coisas e situações novas, mas, não é bem assim.

Aqueles que já conhecem um pouco da minha história, sabem por exemplo, que há quase 6 anos atrás, eu dei (nós demos, eu e ela) o maior "tiro no escuro" da minha vida, e valeu muito pena, e continua valendo. Mas, naquela situação, assim com em outras que resolvi arriscar, internamente, eu tinha altíssima confiança e/ou indícios, de que as coisas correriam bem. Nas situações em que a coisa não é assim, eu não me sinto muito confortável em arriscar. Mas, isso não quer dizer que eu nunca arrisque, eu arrisco muitas vezes, e quebro muito a cara.

Numa situação recente, por exemplo, eu resolvi arriscar grana e expectativas, num dispositivo que prometia me ajudar a deixar de fumar (cigarro eletrônico). Não consegui. O dispositivo é bom, cumpre o prometido, eu simplesmente, não consegui.

Pode parece bobagem para muita gente, mas, a sensação de fracasso é tão grande e tão ruim, e ainda me acompanha. Minha mulher falou nesse assunto comigo algumas vezes, e eu não lhe respondi diretamente uma vez sequer, simplesmente pela vergonha do fracasso (que ela chama de auto-sabotagem, talvez com muita razão)

Um outro grande fracasso pelo qual passei, há coisa de um ano, é relacionado com meu pai (se bem que ele tem 90% da culpa, mas, eu também fracassei), e esse então, nem se fala. Ainda me dói, mas, essa era uma daquelas coisas que eu "tinha" que tentar, ou jamais iria me perdoar... mas, perai... eu não me perdôo pelo fracasso também, é esse o meu grande problema.

Essa é mesmo uma questão difícil para mim, se a pusermos no âmbito de coisas importantes. É claro que eu não me me importo de tentar andar de Skate e cair, isso já me aconteceu, eu nunca aprendi a andar de Skate, e não me sinto frustrado por isso. Mas, fracassar em coisas grandes, me faz remoer a coisa tanto quando se eu não tentasse.

No fim das contas, fazendo uma análise em retrospectiva, reparo que eu até não sou uma pessoa que não arrisca, tanto quanto pode parecer. Eu arrisquei numa mudança gigante, trocando de país, deixando o único mundo que eu conhecia para trás, eu arrisquei numa mudança gigante, num relacionamento que poderia ser desastroso, perante as condições que o envolvia, a toda a distância que nos separava, eu arrisquei com meu pai, contra todas as probabilidades (que vieram a se confirmar), isso só para falar um pouco em coisas enormes que arrisquei recentemente.

Portanto, essas 50 perguntas começam a valer boas reflexões, eu comecei a escrever, convicto de que a minha resposta seria simplesmente "fracassar", e acabo o texto pensando, que se afinal eu tenho arriscado tanto, algum coisa isso quer dizer a meu respeito...

Como eu disse, pensei que seria mais fácil responder a essa pergunta claramente, mas, o que me vem a cabeça é uma frase de Renato Russo: "Viver é foda, morrer é difícil".

Parafraseando-o, eu digo: "Fracassar é foda, não tentar é difícil"

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