quarta-feira, 25 de maio de 2011

Eu que não me sento no trono de um apartamento...

“Eu que não me sento no trono de um apartamento, com a boca escancarada, cheia de dentes, esperando a morte chegar” 
(Raul Seixas, em “Ouro de Tolo”)

Acomodar-se é fácil, prático e evita trabalho.

Acomodar-se é vergonhoso, deplorável e deprimente.

Quando alguém se acomoda a uma situação, seja ela qual for, o subtexto que está implícito é: Eu não sou capaz de mais.

Vemos diariamente pessoas acomodadas, e fazemos parte deste rol em algum aspecto da nossa vida – eu pelo menos, faço aqui um “mea culpa”. No entanto, vemos também alguns exemplos de quem não se acomoda, de quem “vai a luta” e vence os desafios que lhe foram impostos, ou que muitas vezes traçou para si mesmo.

O que diferencia essas pessoas daquelas que “não conseguem”? É atitude. É ação. É movimento.

A vida implica movimento, e a preguiça – mãe da acomodação – é a “estrela” de uma peça em quem alguém se acomoda.

É mais fácil não agir, deixar como estar, se utilizando muitas vezes de desculpas como “poderia ser pior”, “há quem esteja pior do que eu”. A isso se chama nivelar-se por baixo.

Muitas vezes, olhamos para alguém que “venceu na vida”, e nos pegamos a pensar as razões que levaram esta pessoa por esse caminho. Salvo casos onde as vias são “tortas”, todas essas pessoas “vencedoras” possuem algo em comum: Movimento.

Movimento do corpo, da mente, de ideias, mudança, adaptação…

A própria natureza nos prova, que aquele que não se adapta é o primeiro a perecer. Assim é a vida, assim é a lei.

Nisso não reside qualquer injustiça para com “os fracos e oprimidos”, é apenas uma regra, que serve para todos, e que alguns conseguem ter plena consciência, enquanto outros possuem apenas uma parca – por vezes nula – noção.

Não há fórmulas de sucesso, de felicidade, de amor. O ser humano consegue a proeza de ser tão igual, quanto diferente, por isso, a cada um de nós, cabe a missão de encontrar o caminho, o jeito, a intensidade daquilo que desejamos para as nossas vidas.

A falta de ambição na vida de uma pessoa, pode ser algo devastador. A ambição exagerada também, é claro.

No entanto, a falta de ambição é algo que age como um paralisante. Uma pessoa sem ambição não precisa se mover, lutar, desejar, criar, vencer… ela só precisa existir, e isso basta (algumas vezes essa falta de ambição ao limite, chega até ao ponto de que existir nem é fundamental, pode-se dar um fim a vida, que tanto faz).

Quando se fala em ambição, a maioria das pessoas fazem uma associação imediata com dinheiro/poder. Não é o caso aqui.

A ambição a qual me refiro, tem a ver com aspectos internos, com reflexões sobre o que somos, quem somos, e o que fazemos aqui.

É preciso coragem, garra, vontade e determinação, para deixar de lado o desejo fácil de se acomodar, e buscar aquilo que desejamos. Desde as coisas mais simples, até as mais complexas.

Se assim não for, a vida vai passar, e um dia você vai dar consigo mesmo “sentado no trono de um apartamento, com a boca escancarada, cheia de dentes, esperando a morte chegar.”

Mateus Medina
25/05/2011

4 comentários:

  1. Encontro neste seu texto resposta para muito do insucesso chorado por aí e atribuído a causas exteriores ao sujeito, quando na verdade, o segredo do êxito está na determinação com que enfrentamos a vida e corremos atrás dos sonhos.

    Movimento, então...

    Um beijo

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  2. amei sua reflexão!! tudo o que menos quero é ficar sentada na janela, vendo minha vida passar :PP bjs

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