terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Entre a sopa e a morte

"Dos viejos comiendo sopa" (Francisco Goya)
Uma das 14 obras que compõem as "Pinturas Negras", de Goya

Bebe a sopa e cala-te, ó velho!
Tua hora se aproxima a calvalgar
Não serás levado com esmero
Quando a luz dos teus olhos borrar

Tens na pele a culpa entranhada
De maneira que já não se solta
Bebe a sopa, cala-te e mais nada!
Não voltas a passar daquela porta

Será o último, este cínico sorriso
Que inocentes almas molestou
Bebe a sopa, ó estrume enfermiço!
Que a morte vem aí; já apeou

 Mateus Medina
18/02/2012

8 comentários:

  1. Então Mateus....a morte vem já aí?

    Um pouco dramático, não? Entendi mal? A sopa alimenta o estômago e....a alma?

    Abraço

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    Respostas
    1. sei que é irreversível

      mas não gosto muito de falar ou escrever sobre a morte
      deixo um beijo

      e viva a Vida!

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  2. JP e Piedade,

    Esse poema se encaixa na categoria "poesia maldita".

    Do lado esquerdo da página, nas categorias, se clicarem em "poesia maldita" vão ter uma ideia melhor do contexto em que o poema se insere =)

    Beijos e abraços!

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  3. Olá, amigo poeta!!!

    Também, não gosto de falar sobre a morte, mesmo acreditando que trata-se de uma passagem e seja algo muito natural, assim como o nascimento.
    Vim te deixar meu carinho e agradecer sua visita sempre muito bem vinda em meu blog.
    E dizer-te que sua observação foi muito válida, repensei várias coisas a cerca de mim mesma e sobre esse meu "medo" de pré-julgamentos das pessoas. Obrigada mais uma vez.
    Beijos.

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  4. Aqui, maravilhosamente, tem para todos os gostos.
    Gosto de todos. Esse então, tão real..convivo bem, com a morte também!
    Um beijo, Medina,
    da Lúcia

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  5. Já eu tenho medo da morte... Um poema que gera muita reflexão.Excelente!

    Obrigada pela visita.Será sempre bem vindo.


    Beijos.

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  6. Esse blog é o meu lugar... Adorei tudo!!! Virei fã!!
    http://aquela-velha-opiniao.blogspot.com.br

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  7. A voz que ordena conhece os labirintos do que está para partir. E não lhe prevê algo de bom, eis que
    assim ele não viveu. Muito bem construído seu poema. Abraços!

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