terça-feira, 13 de março de 2012

Eclosão



Arremessado em ruas de iniquidade
Arrancado do seio do qu'era belo
Vil destempero de impunidade
Agarrou-se em minh'alma, fez castelo

Se arranco prazeres do invariável destino
É porque vislumbro sorrisos incoerentes
A exibirem-se com pureza de menino
Encovando improbidades eloquentes

Em vielas banhadas pela ausência de luz
Fui criado em efervescente desamor
Distinguido com medalha de pífia cruz

Todo mal que me seduz eclodiu
Quando marcado pela dor, renasci
Neste mundo onde o sol jamais saiu

Mateus Medina
13/03/2012

2 comentários:

  1. Tem coisas que você escreve que me arrebatam na primeira "passada de olho"...

    "Se arranco prazeres do invariável destino
    É porque vislumbro sorrisos incoerentes"

    AMEI isso!

    Grande beijo!

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  2. Pesadíssimo esse último verso do soneto.

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