terça-feira, 29 de março de 2011

Espectro



Vejo através de um vidro embaçado,
A chuva só piora, os pingos são grossos
Ao meu lado, ninguém
A minha frente o futuro
Incerto e perigoso, inseguro como a estrada
Preciso desviar, contornar, me conter
Dar asas a todos os desejos, seria o caos
Inspiro, expiro… é preciso calma
Molho o rosto, escovo os dentes
Já é tarde, mas dá a sensação
Que tudo começa outra vez
Como se o sol tivesse acabado de despontar
Como se ali ao lado, estivesse o mar
Não está. Nunca esteve
A fúria das ondas está dentro de mim
O tornado lá fora é um espectro
Fito o teto, como se o céu fitasse
Como se todas as respostas
Lá em cima estivessem, apenas a minha espera
Não era para ser assim, não era
A estrela que agora observo
Já lá não está, há muito tempo
Assim como eu.

Mateus Medina
29/03/2011

1 comentário:

  1. Como já havia dito, não parece tão sem ritmo assim :P

    E to gostando essas imagens antes dos textos, da um "clima" bem foda do q está por vir.

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