terça-feira, 26 de março de 2013

A morte da cidade

"Nollendorfplatz",  de Ernst Ludwig Kirchner


São tantos os caminhos da cidade
Às vezes quem passa não nota
Pela pressa, pelo desinteresse,
Ou porque a cidade se maloca

São duros os caminhos da cidade
Os pífios fazem muita questão
De nos ludibriar a sanidade
Distorcem a real percepção

Meretriz, paridora de caminhos
Segue escondendo as mazelas
Na agitação dos becos frios
Enquanto a morte prolifera

 O ódio vai crescendo nos esgotos,
Lentamente a cidade transborda
Em breve nos afogaremos - todos!
Até que a cidade esteja morta

Mateus Medina
26/03/2013





15 comentários:

  1. [a todos que descarrilharam:
    me encontrem na estação primavera....]


    beijo

    ResponderEliminar
  2. São Paulo me dá essa impressão... E desde que eu saí de lá, mais ainda. Embora eu continue achando graça nas grandes metrópoles! ;-)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Meu sentimento em relação às grandes metrópoles é de amor e ódio. Acho que mais amor (ainda) que ódio. Provavelmente com o avançar da idade a tendência se inverta... rsrs

      Eliminar
  3. Linda, bem escrita, trazendo à poesia fatos tristes das ruas de uma cidade...abraços,tudo de bom,chica

    ResponderEliminar
  4. Texto profundo, mas há outros caminhos na cidade que a livram da morte. Ainda bem, não é?
    Um abraço!

    ResponderEliminar
  5. Olá Mateus :)
    Obrigada pela visita.
    Parabéns pelos textos inteligentes.
    É triste quado a cidade desintegra-se e vai morrendo aos poucos,
    pois as pessoas perdem a identidade...
    Bjs \o/

    ResponderEliminar
  6. Os homens devoram suas cidades, sempre!

    Adorei o espaço, e mais, os delírios poéticos. Volto!

    ResponderEliminar
  7. A cidade é isso mesmo Mateus.....

    Uma meretriz onde todos se afogam. Ond todos nos afogamos.

    Abraço

    ResponderEliminar
  8. Mateus ,

    Muito bom seu texto . Parabéns .
    Aproveito para lhe agradecer o comentário no meu blog . Bastante inteligente .
    Grande abraço

    ResponderEliminar
  9. Nos enganamos, não aceitando esta triste realidade.
    Dá dó!
    Excelente, profundo texto.
    Um abraço!

    ResponderEliminar
  10. Morremos nós e ela permanece, com seus labirintos diversificados. Abraços!

    ResponderEliminar
  11. e quando será que a cidade morre? será quando morremos?

    ResponderEliminar
  12. Poema real, mas que dói.

    FELIZ PÁSCOA!

    ResponderEliminar