quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Rótulos

Roubo sorrisos, temo a indiferença
Gosto de gente, mas não é sempre
Sou capaz de ditar uma sentença
Paraliso quando me vejo ao leme

Gosto de cama, de olhares juvenis
Sem reservas me entrego ao prazer
Desconfio do que se não diz
Quando em verdade devia se dizer

Me encanta o olhar mudo, a leveza
O silêncio que vem no tempo certo
Na mesma mala, alegria e tristeza,
No mesmo fado a praia e o deserto

Sou egoísta, tudo quero só pra mim
Ainda assim não me ouses rotular
Pois se um dia faltar a vida a ti
Dou-te a minha sem pestanejar

Mateus Medina
29/01/2013

4 comentários:

  1. Também não gosto de rótulos, mas se pudesse usar um rótulo, neste poema escreveria:
    "Poema de amor conservado em partículas de açúcar"


    Um beijo

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  2. Seria impossível, além de reprovável, rotular um ser humano, ainda que seja totalmente previsível ou que apresente características diferenciadas. Nossa aparência e individualidade enriquece o mundo.
    Seu poema é muito belo e nem o consideraria egoísta por desejar o que é bom. Bjs.

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  3. Pois é, vivemos todos nessa dicotomia...

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  4. O seu melhor texto que li até hoje!
    Sensacional!

    Parece comigo.

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