terça-feira, 18 de setembro de 2012

Por vezes



Por vezes, sem qualquer explicação
O sol brilha e ilumina
Os cantos escuros; a casa dos fantasmas
Pelas janelas entra a vida
A luz, que um dia perdida,
Lembrou-se do caminho de volta
E de repente é tudo simples, leve e iluminado

Por vezes a brisa sopra refulgurante
E no ápice de um instante; tudo desaparece
No completo vazio que me completa,
Entras de mansinho e ocupas teu lugar
Ficas, pelo tempo que tens que ficar
E quando te vais, vão contigo as sombras,
Dispersadas em qualquer outro lugar

Por vezes perco a noção - e recupero e vida
O pulsar de uma ferida que alerta
Quão pueril é o falso controle
Que nos vibrem sabores e dissabores!
O medo de encarar a ferida aberta
Nos conduz à confortável morte
Que já lá está, muito antes de chegar

Por vezes, por tantas vezes
Tenho noção da minha sorte
Em desfrutar de tão rara companhia
Tão seguro me torno em tuas asas
Mesmo sabendo qu'essa angelical beleza
Poderá me conduzir às dores, aos dissabores
Por vezes, tudo se esquece pelos amores

Mateus Medina
28/05/2012






2 comentários:

  1. Um "poetar" sentido com raízes de ser Saudade. Nenhum medo pode mais do que uma luz regressada para iluminar a casa.

    Um beijo

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