sábado, 4 de fevereiro de 2012

O que não se vê

Por baixo da grossa crosta
Há algo que não se vê; mas se sente
Por cima da palavra torta
Há verdades, nem sempre inocentes

Naquilo que se deduz, vive o perigo
Maldito! Vem depressa e seduz
Embaça as vistas, apaga a luz
Depois aponta tudo ao umbigo

Ao lado do coração, não há nada
Tomado pela eterna questão
Não sobra espaço para a intenção
De mover a inércia estampada

Tudo suga; o órgão pulsante
Para si clama todo o comando
Bombardeia o sangue distante
Encharcando de vermelho o pranto

Mateus Medina
26/01/2012

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