quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Mágico!



Ontem chorei, sem saber por que
Hoje acordei, ainda com o gosto
Das lágrimas preso na garganta
Quem me tira deste breu?
Quem dirá que o culpado não fui eu?
Ontem chorei, é verdade
Hoje levanto como quem venceu
Encaro o espelho, conhecido detrator
Faço força e sorrio, ele mente
Mostra a tristeza do interior
Mágico!
Por que não me mostra, então,
As entranhas da vida, que cá dentro ruge?
Por que me açoita com o banzo
Em vez de refletir a minha resistência?
Mágico!
Mostra-me antes a força
O brilho escondido, que ninguém vê
Exorta-me a fugir do calabouço
O caminho da luz é só reflexo
Não está lá fora, é só reflexo
É o meu reflexo no espelho
Mágico!

Mateus Medina
16/02/2012

1 comentário:

  1. O espelho e o fascínio que ele exerce sobre o espírito humano, pela ambiguidade, refletindo uma imagem que é simultaneamente idêntica e invertida - o "eu" e o outro de mim.

    Belo poema!

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