segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Espelhos


Parece, mas não é
Há um reflexo estranho
No espelho posto a minha frente
Por mais que o veja e reveja
De qualquer ângulo
Nada é realmente, aquilo que parece
É estranho esse sorriso – sim, o meu
Tão puro, infantil e coerente
Quando de fato, estou descontente
Me espeta, me queima as entranhas
É uma falsificação carimbada,
Selada com a hipocrisia
Não olhe assim para o meu,
Como se fosses feliz
Finja, para o teu próprio espelho
A mim não importa nada,
Nada além do meu umbigo.
(E mesmo isso, não é verdade)

Mateus Medina
29/08/2011

5 comentários:

  1. Os espelhos são objectos mágicos que reflectem a imagem sem que possam reflectir a pessoa. Por isso mesmo são considerados mentirosos.

    Um beijo

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  2. Uma forma interessante de pensar a respeito do espelho...

    Eu adoro a metáfora do espelho como a capacidade de olhar para si mesmo sem reservas. Mas tudo depende realmente da forma como se olha e do espelho que se escolhe. Alguns provocam distorções. E em outras situações não temos "olhos" para enxergar.

    Bjos!

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  3. Você até pode não saber escrever poesia, Pri, como você diz (já tentou?), mas, tem jeito pra interpretar rsrsrs

    bjos

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  4. Tentei quando era adolescente. Mas digamos que eram................. um lixo! hahahahaha Mas interpretar, eu tento. Do meu jeito, claro... Mas os poetas sabem como ninguém usar as palavras e as metáforas para dizerem as coisas do jeito que eles querem. Revelam-se até certo ponto. Sabem "despistar"... rs E a pluralidade de interpretações é super válida porque a arte toca cada um de um jeito, né?

    Bjos!

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  5. É bem verdade, que a possibilidade de várias interpretações é um dos maiores "trunfos" da poesia (e da arte em geral).

    No entanto, eu não nego que acho sempre "curioso" quando alguém consegui acertar no alvo de algo que eu escrevi, impondo ali o MEU olhar sobre certas coisas...

    Quanto ao que vc diz de ser "um lixo" o que escrevia. É engraçado como metada das vezes, eu olho para o que escrevi e continuo achando um lixo, mesmo depois de tantos anos escrevendo.

    E confesso, não sem alguma vergonha, que na outra metade das vezes, eu acho a coisa mais maravilhosa desse mundo, como se eu tivesse descoberto o segrdo do universo naquelas palavras rsrsrsrs

    bjos

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