terça-feira, 25 de novembro de 2014

O paradoxo da obra-prima

 Dora Maar au Chat (Pablo Pacasso)


 Quero imortalizar-te nos meus versos,
Petulante poeta que me digo
Em verdade, apenas réu confesso
Culpado do desejo mais antigo

Finjo, sem que a culpa me atormente
Traduzir tua beleza em pobres rimas
Num ato de egoísmo inconsequente
O poeta persegue a obra-prima

 Rendo-me a impossibilidade
De espelhar em parvos poemas
O que és por inteiro; a verdade
Ante a beleza, a letra é pequena

Mateus Medina
24/11/2014

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