quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Ao som daquela valsa


Desconheço por completo o amor
Não vi qualquer das suas faces
Fossem pueris ou nobres,
Jamais amei de verdade

Foi o desejo o meu único guia
Jamais me sufocou a fantasia
Em mim, a paixão nasceu morta

A esperança não teve morada
Fui desejo, puro, mais nada
Peço então que nada me peças
Não me venha, agora, ora essa,
Esperar qu'eu entenda o teu pranto
Como um fraco e imbecil santo
Que no fim ajoelha e reza
Em buscar do ridículo perdão

Não faço qualquer gentileza
Sou desejo, vício e luxúria
Que o último orgasmo me leve
Seja intenso, mas seja breve
Pois, de partir tenho pressa

Que venha o abismo final,
O caos, que da morte se herda
Ao som de uma valsa de Strauss
Deixo este mundo de merda

Mateus Medina
21/08/2013

22 comentários:

  1. Aplausos! Difícil comentar algo tão completo em si mesmo. Maravilhoso!

    ResponderEliminar
  2. achei o poema forte, com um misto de revolta, cru. mas no entanto lúcido.
    apenas não gostei de uma palavra no final, mas o Poeta é dono da sua obra e neste caso do Poema.
    um beijo

    :)

    PS:Aceitei a sua sugestão e alterei o titulo do meu último.
    obrigada!

    :)

    ResponderEliminar
  3. Obrigada da paradinha por lá_ vim conhecer o cara 'gente boa e ... tchantchantchan ... 'estranho' rs pelo que vi de relance já gostei inclusive das dicas de livros _ ajuda muito escolher ;
    um abraço pra começar a prosa rs
    bons dias

    ResponderEliminar
  4. Porque sou poeta e não aprendi a amar!
    Síntese deste mundo de merda...
    bjs

    ResponderEliminar
  5. Muito bem Mateus...mas não vás ainda, mesmo que este mundo seja de merda :))

    Quanto ao amor...pois ...

    Abraço

    ResponderEliminar
  6. Puxa, Mateus, bem forte e intenso.
    É muito triste passar pelo mundo sem conhecer o amor. O desejo, apenas, é fugaz.
    O poema é fantástico.

    Abraço.

    ResponderEliminar
  7. Não se força a existência do amor. Há quem busque apenas o prazer de uma entrega momentânea, o que retratou lindamente. Bjs.

    ResponderEliminar
  8. Boa tarde, amigo Mateus. Quer passar desse pessimismo extremo (por sinal muito bem bolado) ao otimismo? Faça uma visita ao meu post A BUSCA DO NIRVANA. Meu abraço.

    ResponderEliminar
  9. Cara, dessa vez você foi longe demais e atingiu o pico da inspiração!

    Isso me lembra Goethe em "Os Sofrimentos do Jovem Werther", embora Werther tenha encontrado o amor antes de dizer adeus.

    ResponderEliminar
  10. fique. toda a forma de amor...vale amar.


    beij0

    ResponderEliminar
  11. Intenso, profundo, cheio de magia mas também de desalento...
    Gostei muito Mateus.

    Bom fim de semana!

    ResponderEliminar
  12. Acho q não chega a ficar simples, mas que descomplica... descomplica!
    E acho tb a ausência do amor uma presença sutil nos corações poetas como o teu.

    Um bjo

    ResponderEliminar
  13. Um poema bem intenso, Mateus!
    O amor não se força, ou é ou não é. Quando é, percebe-se de imediato.
    Gostei!
    Bom domingo

    Beijo
    Sónia

    ResponderEliminar
  14. Mesmo deixando claro o ritmo que nos toca, vai ter sempre alguém esperando uma atitude diferente. Ora, os santos estão na igreja e não dançando ao som de uma valsa de Strauss!!!
    Totalmente heavy metal... rs
    Amei!

    Beijinho.

    ResponderEliminar
  15. Talvez que o desconhecimento do amor torne o mundo bem pior...
    Mas o poema é excelente. E o final, de Mestre.
    Caro amigo, tem um bom resto de semana.
    Abraço.

    ResponderEliminar
  16. Na revolta, há beleza dos versos.
    Um abraço!

    ResponderEliminar
  17. Viver sem amor não é viver. É passear pelo tempo e partir tão cheio de nada. Lindo poema que adorei. Beijos com carinho

    ResponderEliminar
  18. O amor sempre vem... mais cedo ou mais tarde...

    ResponderEliminar