sexta-feira, 24 de maio de 2013

A poesia mata



Hoje sirvo a poesia crua,
Escorrendo sangue pela mesa
Pronta a entupir gargantas
Cínica, dura e pegajosa
Sufoquem, malditos hipócritas
Hoje a poesia sabe mal

Hoje sirvo (a) dura a poesia
 Se espalha pelo chão, balbucia
Geme, chora e se debate,
Mas grita a plenos pulmões
Aquilo que mais ninguém grita,
Aquilo que ninguém acredita

 Hoje a poesia se ergue
Enquanto pisa as vossas faces
Nega qualquer fragilidade
Sem ritmo, amor ou melodia
Tudo o que arde é poesia,
E toda poesia hoje arde

Hoje a poesia é violência
Resiliência, dureza e colisão
Bate, sem dó nem piedade
Cerca, não vos deixa escapar
Gargalha das fracas bravatas
Hoje, a poesia mata

Mateus Medina
24/05/2012


21 comentários:

  1. Visceral! Quero morrer embriagada de poesia...

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  2. Sou super a favor também da poesia que mata, esfaqueia o peito e dá tapa na cara. Às vezes é preciso uma "sacudida". Morrer pra renascer melhor. Dilacerar pra causar aquele revertério que propicia mudança. É isso...rs

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  3. E assim são os poetas, podem ser doces ou amargas as palavras que se soltam da sua boca...
    Se é para matar os hipócritas, então, que venha a crua poesia.

    ( Nao, Mateus, não estavas cego. Não sei bem porquê, mas 3 postagens, não permitiam comentários. Já resolvi o problema, obrigada por avisares.)

    Bom fim de semana.

    Beijo

    Sónia

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  4. Achas Mateus...achas que a poesia mata? E se for a fingir?

    Abraço grande

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  5. Muito bom! Morte de vez em quando cai bem. De quem é autoria da imagem?

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    Respostas
    1. A imagem retirei do google, sem indicação de autoria (está numa dúzia de blogs diferentes e nenhum deles cita).

      Aquele abraço!

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  6. A poesia é sempre transbordo. Este seu poema , mais do que servir(-se) (d)a poesia, é um punhal que, particularmente, me atingiu.
    Gostava de ter sido eu a escrevê-la, assim, fria e cortante!
    Obrigada!

    Beijo

    Laura

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  7. Mateus ,

    A sua poesia servida , crua , cozida ,
    " al dente " ou frita , será sempre perfeita .
    Parabéns .
    Grande abraço e ótimo final de semana

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  8. Olá Matheus!

    Rapaz que poesia forte e crua realmente!
    Você sabe mesmo ewscolher as palavras!

    Muito bom.

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  9. Deixo a poesia que abraça, para acalmar essa morte. :)

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  10. Nunca sabemos ao certo que parte de nós é poesia, que parte é vida. Sabemos que uma e outra, por vezes doem, por vezes afagam, por vezes matam... Mas sabemos também que sempre nos levam de mansinho pelos seus passos. E nós... vamos!

    Beijo meu

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  11. Gostei deste desabafo, mas a verdade, é que às vezes a poesia mata...mas ao mesmo tempo liberta.
    Beijinhos

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  12. Olá Mateus!
    Mais um de seus fortes poemas.
    Um bom jogo de palavras.
    Pra mim a poesia só "mata" de amor. rsrs
    Beijos,
    Lis

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  13. A poesia nos fere mas também nos acalma. Ela mata, geme e chora. Mas ela sempre vêm do fundo da nossa alma...
    Bjus e boa semana!

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  14. Gosto muito dela assim também...

    Beijo.

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  15. teus poemas sempre me caem bem.

    saudade

    [cont´m 1 beijo]

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  16. já dizia Natália Correia que a poesia é para se comer.
    portanto, a poesia ou as palavras nela debitada, até pode "matar".
    um poema que é um grito de revolta.
    um beijo

    :)

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  17. Nem sempre chega com lirismo. Pode trazer inconformismo e cortar como lâmina afiada. Mas será, todo o tempo, amada. Bjs.

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