segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Talvez, nunca mais



Faz-me companhia, deita-te aí
Sente o cheiro ríspido
Que embala o meu vício
E me mantém vivo, tão perto
De uma decadente morte
Que rogo eu, esteja distante
Não jogue os restos fora
Pois eu posso precisar
Quantas vezes sobreviveste
Com muito menos que nada?
Deixa a tua mão aliviar
O sofrimento do meu peito
Venha, mesmo sem jeito
Deita por cima de mim
Deixa-me sentir o teu peso
Pois o que de fato me pesa
É a leveza, tão insustentável
O vazio é o que oprime
Muito mais que a opressão
A liberdade é que define
O curso do rio; a solidão
Venha, deite aqui ao meu lado
Torna este momento sagrado
Ele pode nunca mais acontecer

Mateus Medina
12/01/2012

1 comentário:

  1. "Pois o que de fato me pesa
    É a leveza, tão insustentável
    O vazio é o que oprime"

    Bem aplicada a antítese contida no "peso da leveza".

    Muito bom!

    Um beijo

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