Dá-me a tua mão ou dá-me um vício
Arrasta-me do fim para o início
Ou deixa-me aqui a apodrecer
Sejas minha salvação ou minha morte
Tira-me do breu, mostra-me o archote
Ou derrama a escuridão no amanhecer
Não sejas minha sombra assombrada
Meu demônio mudo, meu nada
No limiar atemporal escondida
Não sejas pretensão do que será
Barco à vela sem mastro, em alto mar
Morte suspensa que não é vida
Sejas doce paixão ou ódio eterno
Acolhe-me no frio deste inverno
Ou deixa-me cá fora a congelar
Junta-me ou faz-me em mil pedaços
Deixa-me envolver-te em abraços
Ou vai-te; sem pestanejar
Não sejas meu temível pesadelo
Imagem distorcida no espelho
Maquiagem que só dura um dia
Não sejas do meu mundo o fim
Limite, prisão ou coisa assim
Que entristece uma alma vadia
Mateus Medina
31/08/2012
Teu poema é imenso. Meus aplausos. Uma poesia de verdade.
ResponderEliminarÉ bom perceber que a poesia cresce, tanto mais quanto mais a amamos. E isso vê-se aqui.
ResponderEliminarEstar no limbo, no desconforto entre o ser e o não ser. Rasgar as dobras da dúvida para poder ler o tudo ou o nada.
Gostei muito!
Um beijo