Por trás do vidro embaçado, tinha o rosto amarrotado, tal qual o vestido.
Observava com atenção, a espera que ele olhasse para trás, que a visse ali, humilhantemente colada à janela, mendigando o perdão pelo arrependimento tardio. Enquanto os segundos atrasavam-se, transmutando-se em horas para o seu desconforto, o coração contorcia-se na boca do estômago.
Ele virou-se.
Ela endireitou-se e sorriu. Tinha vencido.
Correu à porta, passando as mãos pelo vestido amarrotado, limpando as lágrimas que teimavam em escorrer. Quando a campainha tocou, sorriu novamente, suspirou e fez uma prece, passando nervosamente os dedos pelas contas do terço que trazia pendurado ao pescoço. Agradeceu ao bom Deus pelo perdão do seu amado. Seria tudo como antes.
Abriu a porta e jogou-se em seus braços. Ele abraçou-a, beijou-lhe os lábios e sorriu, antes de lhe sussurrar aos ouvidos:
"Eu te disse que nunca mais olhasse para mim".
Um disparo. Um estouro.
Mateus Medina
19/09/2012
Ai, medo!
ResponderEliminarEle a matou, assim, desse jeito? :-o
Nesse formato de escrita, Pri, as conclusões ficam à cargo do leitor... mas eu tenho uma opinião :P
Eliminarbjos
Um quadro em que certos tons se apresentam difusos.
ResponderEliminarUm beijo