Equações ditam a felicidade
É tão simples, dê o que puder
É só pegar, pagar e levar
Uma dose após cada refeição,
Que se segue à oração,
Milagre que multiplica o pão
Nossos caminhos traçados,
Ditados pelo medo e ameaça
Elaborados em complexa fantasia
Está escrito, está dito, está provado
Por cegos guardando ruínas
Crendo que guardam castelos
Todas as cartas marcadas
Só vemos o que lhes convém
Lê-se em frágeis linhas d'água
Supostas rotas do caminho de alguém
Seguimo-lo sem nos questionar
Murmuramos alegremente "amém"
À mesa o som das gargalhadas
Paira o fumo do fogo que não arde
O ardil costurado com ardor
Injetado antes que seja tarde
É tanto amor, tanta promessa e entrega
Desde que se entregue a própria alma
E quando nada se concretiza
Há sempre uma qualquer desculpa
Esfarrapada, como as vestes que envergam
Os cegos guardadores de ruínas
O oposto das vestes que abençoam
Forradas a ouro, sangue e mentiras
Mateus Medina
12/07/2012
O preço da equação
ResponderEliminarnem sempre é uma solução fácil.
Ou você se torna um daqueles que se apega a ilusão que tudo ficará bem no final ou segue somando, diminuindo, multiplicando e dividindo seus rancores e prazeres.
ResponderEliminarUma equação cuja incógnita está à vista.
ResponderEliminar«Murmuramos alegremente "amém"»
A ironia contida no advérbio diz da revolta deste canto, desencanto!
Um beijo