Por baixo da grossa crosta
Há algo que não se vê; mas se sente
Por cima da palavra torta
Há verdades, nem sempre inocentes
Naquilo que se deduz, vive o perigo
Maldito! Vem depressa e seduz
Embaça as vistas, apaga a luz
Depois aponta tudo ao umbigo
Ao lado do coração, não há nada
Tomado pela eterna questão
Não sobra espaço para a intenção
De mover a inércia estampada
Tudo suga; o órgão pulsante
Para si clama todo o comando
Bombardeia o sangue distante
Encharcando de vermelho o pranto
Mateus Medina
26/01/2012
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