quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

A espera de uma coisa qualquer



Sei como é o frio na barriga
Quando chega a hora de partir
Treme a mão, palpita o coração
A sala encurta, tudo se aperta
É um segundo de desespero
Que se prolonga e se estica
Enquanto o coração se nega
A caminhar, em vez de correr
Vai passar, eu sei e tu também
Mas até lá a dor se espalha,
O medo ri da nossa cara
Somos palhaços fora do circo
Soltam-se as mãos, se desenlaçam
O compasso de espera não termina
Ali em pé, a espera que aconteça
Um milagre, uma coisa qualquer

Mateus Medina
27/02/2013


14 comentários:

  1. Não gosto de despedidas. De nenhum tipo de despedida.

    Fico com medo e não há milagres.

    Abraço

    ResponderEliminar
  2. Eu me sentia meio assim quando morava em SP e maridão voltava pro RJ...

    ResponderEliminar
  3. odeio despedidas, mas sei que por vezes são necessárias.

    nunca digo a palavra adeus.

    se tiver que ser digo um até sempre.

    gostei do teu poema.

    um beijo

    ;)

    ResponderEliminar

  4. O fim antes do fim?!...

    É preciso deixar que a chama dure até ao limite da sua extinção.

    Um beijo

    ResponderEliminar
  5. e temos um poeta... Belíssimo poema!!!! Tem postagem nova lá no Aquela velha opinião! Bjss

    http://aquela-velha-opiniao.blogspot.com.br/

    ResponderEliminar
  6. As despedidas são sempre difíceis mas com o tempo não temos outra opção senão aprender a viver com elas.
    Beijinhos

    ResponderEliminar
  7. A antecipação do sofrimento que se sabe certo e que não se pode evitar. Até o último toque, manifesta-se a esperança. Muito belo! Bjs.

    ResponderEliminar
  8. Somos tantas vezes esses palhaços fora do circo, quantas vezes manietados por forças exteriores para que o sejamos.

    ResponderEliminar
  9. http://cronisias.blogspot.com.br/2013/02/contra-o-vento.html

    Tinha te falado?

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Tinha não, véio.

      Fico muito honrado em aparecer ali no meio de tanta coisa boa.

      Aquele abraço!

      Eliminar
  10. Passei, entrei, fui bem recebida e fiquei.
    Beijo.
    Ana

    ResponderEliminar
  11. O medo ri de nossa cara... Maravilhosa constatação num poema excelente.Gostei!

    Beijinhos e bom domingo.

    ResponderEliminar

  12. Olá Mateus,

    Este poema é especialmente lindo, pois retrata uma situação de penúria ante a despedida iminente e a esperança de que algo aconteça antes que as cortinas se fechem.
    Também sei como é este frio na barriga. Já tive oportunidade de passar por uma situação assim, mas que se reverteu inesperadamente.

    Beijo.

    ResponderEliminar