sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Ataraxia

Toco o céu, me arrasto no chão
E só um segundo separa
O dia quente da noite fria

O destino na palma da mão
Escorrega, foge, não para
Dou comigo a fazer poesia

Nos galhos, as folhas brincam
Balbuciam tal qual segredo
A chegada de um novo dia

Ao longe os trovões roncam
Fazem do vento brinquedo
Transportam minha ataraxia

Ao fim de um ciclo me escondo
Lambendo as feridas abertas
Antes que a pele se desfaça

Batem com enorme estrondo
Tambores de melodia incerta
A vida, a morte, tudo passa...

Mateus Medina
25/01/2013


11 comentários:

  1. Ai que lindo!!! Adorei! Mas claro que eu não sabia o que era ataraxia e tive que googlar... hehe

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    1. Hahaha!

      Pri, também não faz muito tempo que conheci a palavra não... deve ter sido lá pelo ano de 2009 ou 2010, quando ouvi um álbum de uma banda chamada... Ataraxia e gamei no som (mistureba doida de Neoclassico/Folk/Ambiental/montedetrecojunto).

      Já agora, se quiser experimentar a sensação pode procurar pelo álbum "Llyr" da dita banda =)

      bjocas

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    2. Fui ouvir a tal banda, viu... Bem interessante! Uma coisa meio cara de trilha sonora de filme ou teatro... :-)

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    3. Pois é, bem por aí.

      Acabou que eu não fui justo com a "banda", porque não dá nem pra chamar de "banda" somente. Se trata de um "projeto artístico" muito abrangente. Coisa fina, do melhor. Que bom que gostou =)

      bjocas

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  2. Até hoje me lembro quando me apaixonei pela palavra ataraxia, pelo som e significado. Poema que honra o título da minha paixão. Abraços!

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  3. Oi, Mateus!

    Visualizei seu blog, a partir de um outro.
    Nada melhor, que vir dar uma espiadinha.
    Você escreve com muito brilho e racionalismo.

    Sabe, a vida é mesmo, assim. Ela é feita de pequenos nadas, que fogem pelas nossas mãos.

    Tudo passa, é verdade. O tempo se encarrega de levar e trazer tudo.

    Abraço português da Luz.

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  4. Por um comentário, tem-se uma "ideia" do perfil de quem o escreveu.Assim foi: li um seu comentário e cliquei na sua imagem. Foi o que pensei! Li (algumas postagens), gostei e hei de voltar.

    Um abraço, Mateus,
    da Lúcia

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    1. Obrigado pela gentileza, Lúcia =)

      Volte sempre que desejar, será um prazer.

      bjos

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  5. A apatia não nos impede de sentir que tudo se vai. E não chega com esse raciocínio. São muitos os chamados da vida a perturbar nossa pretensa e ilusória tranquilidade. Bjs.

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